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Projeto Maternidade
Ação extensionista do CCS/UFPB aborda aspectos da reprodução humana
O projeto Maternidade, vinculado ao Departamento de Fisiologia e Patologia (CCS/Campus I) e financiado pelo edital PROBEX 2021-2022, faz a divulgação de conteúdos vinculados à fertilidade e à infertilidade no Instagram. O objetivo do projeto é ajudar na elucidação de dúvidas comuns de forma lúdica sobre o funcionamento básico do sistema reprodutor, aspectos relevantes da fertilidade, diagnóstico e tratamentos da infertilidade, bem como fatores nutricionais e psicológicos envolvidos.
“O projeto Maternidade visa ampliar essas informações para a população, ser um canal de contato com as pessoas para ajudar no entendimento do que está causando a dificuldade [de engravidar], quais os possíveis tratamentos e soluções”, comenta a coordenadora da ação, a professora Priscilla Anne Castro.
Ao democratizar a discussão em torno da infertilidade, o projeto também contribui para facilitar a compreensão do tema. “O assunto ainda é tido como um tabu porque, para muitos, ter um filho representa a confirmação da sua feminilidade ou masculinidade e nem todos se dispõem a falar sobre o assunto. O silêncio é um elemento comum quando falamos de infertilidade”, afirma Priscilla.
Priscilla expõe que o insucesso na tentativa de engravidar, por vezes, está associado ao sentimento de vergonha, culpa, auto-estima reduzida ou sentimentos de inferioridade. E, tudo isso pode ser agravado pela pressão social que as mulheres enfrentam para engravidar.
“O fato do ciclo da vida muitas vezes ter sido resumido a nascer, crescer, reproduzir e morrer, como um padrão fixo, faz da maternidade uma etapa pré-estabelecida e não é bem assim. Adicionalmente, é depositada na mulher a responsabilidade pelo sucesso da concepção e pela função de ser mãe”, explica a coordenadora. Com todas essas expectativas, as tentantes podem acabar sofrendo com quadros de depressão, ansiedade e isolamento social.
Homens e mulheres têm as mesmas chances de serem inférteis, mas é comum que os homens não comentem sobre o assunto e tenham certa resistência a procurar ajuda, por isso, além de conteúdos voltados para as mulheres, a extensão também compartilha informações sobre infertilidade masculina. “O projeto visa divulgar informações sobre esses aspectos e contribuir no empoderamento desse homem na busca pela paternidade”, diz.
Troca de informações e apoio emocional
Débora, 28, começou a seguir o projeto Maternidade depois que uma amiga, uma mulher que acompanha o projeto e engravidou há pouco tempo, compartilhou informações sobre a extensão. Ela conta que o conteúdo informativo publicado pelo projeto despertou seu interesse. “São informações que muitas vezes não sabemos sobre hormônios, exames, dicas. Além do incentivo e apoio emocional para viver essa fase de espera”, conta.
Foi também graças ao projeto que Débora conheceu Vaniquele Jovito, uma das colaboradoras da equipe e encontrou um espaço onde se sentiu acolhida. “Ajuda bastante saber que a gente não está sozinha nessa, apesar de ser uma jornada um tanto solitária para o casal, porque parece que ninguém entende aquele sentimento”, comenta a jovem.
Vaniquele não é profissional de saúde, ela colabora através da experiência como ex-tentante que entende as dificuldades do processo de engravidar. “Vivenciar o processo de uma tentante não é fácil. Durante o meu processo, tive o privilégio de ter uma rede de apoio que me ajudou psicologicamente e também na compreensão do meu diagnóstico”, diz a contadora.
A colaboradora afirma que ter acesso à informação, de uma forma mais técnica e de fácil compreensão, a fez encarar a infertilidade com mais clareza para entender as reais possibilidades de engravidar. Foi a partir desse entendimento que Vaniquele mudou seus hábitos, alimentação, procurou acompanhamento médico especializado e conseguiu engravidar de modo natural.
É esse apoio e democratização de informações que Vaniquele e o projeto Maternidade pretendem garantir às mulheres e homens que acompanham a página do projeto. “Projetos como este surgem para ajudar essas pessoas a entenderem seus diagnósticos e tratamentos (...). Falar de sentimentos e trocar experiências contribui para que essas pessoas se sintam acolhidas e que não estão só nesse processo”, finaliza.
Os conteúdos acerca de fertilidade e infertilidade de mulheres e homens podem ser acompanhados pelo instagram do projeto (@projetomaternidadeufpb). Para outras informações, entrar em contato com a equipe pelo email priscilla.cassis@gmail.com.
Reportagem de Aléssia Guedes (Bolsista PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.