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Oficinas de Contação de histórias

Projeto de extensão ajuda a manter viva a arte de contação de histórias
publicado: 07/12/2020 12h50, última modificação: 04/05/2021 17h41

Projeto de extensão ajuda a manter viva a arte de contação de histórias

Contar histórias é muito mais que brincadeira. Através de contadores hábeis na técnica oral, as crianças podem desenvolver novas habilidades e expressões criativas. É para capacitar educadores para atuar nessa área que existe o projeto de extensão “Oficinas de Contação de Histórias”, do Centro de Educação (CE) da UFPB.

Os educadores, como explica Maria Tereza Falcão, docente do Departamento de Fundamentação da Educação e coordenadora do projeto, são importantes protagonistas na contação de histórias. “São os educadores que planejam as atividades de contação para as crianças, aproximando-as dos livros, contribuindo com sua formação leitora e com o desenvolvimento das narrativas orais infantis”.

No entanto, a docente costumava observar que a atividade de contação de histórias não ocorria com frequência nas salas de aulas e havia se tornado uma prática alternativa ao planejamento de outras atividades. Por essa razão, os professores precisavam compreender a importância da contação de histórias, bem como aprender diferentes recursos e estratégias para realizá-la. 

O projeto “Oficinas de Contação de Histórias” surgiu, inicialmente, para suprir essa demanda dos educadores e das crianças usuárias da Brinquedoteca do CE, no Campus I, em João Pessoa. Contudo, em razão da pandemia, as atividades tiveram que ser realizadas virtualmente. Contação de história com a personagem personagem Maria da Penha_Imagem cedida pela equipe (2020).

A página do projeto no Instagram foi utilizada para divulgar conteúdos sobre a temática da contação de histórias. A partir daí, a equipe apostou também na realização de lives com especialistas da área e com os extensionistas fazendo contação de histórias. O retorno do público foi tão positivo que possibilitou a realização da oficina on-line “Aprendendo a contar histórias para as crianças”. O curso tem duração de um mês e os encontros são semanais. A turma atual teve início em setembro e conta com mais de 50 participantes de diversas regiões do país. 

Uma das participantes é Letícia Chaves, professora de educação infantil na cidade de Castilho, no estado de São Paulo. A Oficina de Contação de História tem ajudado a tornar as videoaulas da professora mais lúdicas, já que ela tem mantido o ensino remoto durante o período de pandemia. “Tenho repensado a minha prática de ensino, inovando sempre a partir de cada aula que tenho na Oficina”, conta.

O mesmo também tem acontecido com Ivoneide dos Santos, pedagoga voluntária do Projeto Aponte, que acolhe crianças com transtornos de aprendizagem ou com atrasos no processo de escolarização, em João Pessoa. São essas crianças que têm sido estímulo para Ivoneide buscar o conhecimento técnico do contar histórias, enxergando a possibilidade de adotar uma nova prática de ensino. 

“Contar história para uma criança pode até mudar a maneira como ela vê o mundo, despertando a vontade de sempre querer aprender mais e mais”, diz Ivonveide. “A Oficina tem nos ensinado esse caminho mágico”. 

Histórias da equipe

Contar histórias também é uma paixão que move a equipe do projeto. Com uma caracterização caprichada, o estudante de Pedagogia Victor Alves dá vida à personagem Maria da Penha e encontra no projeto um espaço para desenvolver suas habilidades lúdicas.

Para o estudante, é também uma oportunidade de estudar o tema da contação de história e compreender a importância para o desenvolvimento infantil e para salvaguardar as memórias das gerações. “Está sendo algo muito gratificante para a minha formação, não apenas profissional, como também humana e política”, conta Victor.

Oficina on-line Aprendendo a contar histórias para as crianças_Imagem cedida pela equipe (2020).Já Tamyris Nunes, estudante do curso de Letras e bolsista do projeto, encontrou na extensão a chance de se aproximar do universo da literatura infantil e das práticas de leituras. A estudante pensa em transformar a experiência em objeto de seu trabalho de conclusão de curso. Ela conta que as aprendizagens serão fundamentais para a sua  atuação profissional como professora de Língua Portuguesa. “No projeto, entendi a contação de histórias como um recurso importante para o desenvolvimento infantil de forma integral”, relata a bolsista. 

Apesar das dificuldades enfrentadas no início com a readaptação, Tamyris diz que foi possível alcançar um público “para além do esperado”. Assim, a página do projeto Oficinas de Contação de Histórias tem abrigado uma bagagem cultural vasta para os interessados na temática. Além dos conteúdos didáticos e lúdicos, é através da rede social que a equipe divulga a realização de oficinas e eventos. Vale a pena acompanhar.

 

Reportagem de Ana Lívia Macêdo (Bolsista PROEX 2020), editada por Comunicação PROEX.