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Uso Racional de Psicofármacos
Psicofármacos são medicamentos produzidos com substâncias químicas que atuam no sistema nervoso central. Esses medicamentos são utilizados como uma opção de terapia em casos de transtornos psicológicos, mas o uso indiscriminado e inconsciente desse tipo de remédio pode gerar problemas, visto que os efeitos dos psicofármacos são de grande intensidade. Foi para atuar nessa realidade que surgiu a ação extensionista "Ações informativas e estratégicas para o uso correto de Psicofármacos".
O projeto realiza ações para disseminar informações sobre como os fármacos agem no sistema nervoso central. Atua ainda sensibilizando sobre outras opções de tratamento, como práticas integrativas, que podem ser mais efetivas e seguras.
A coordenadora do projeto, Liana Clebia, afirma que não se trata de banir o uso da medicação. “Nós desenvolvemos estratégias para chegar na comunidade e dizer que os medicamentos existem, são necessários em alguns casos, mas é importante atentar para o uso correto”, alertou.
As ações são feitas em universidades, escolas e unidades de saúde. Os recursos para abordar a temática variam de acordo com cada espaço: palestras, filmes, debates e peças teatrais são alguns dos métodos utilizados. A dinâmica é democrática, sempre com espaço o diálogo com a comunidade, para tirar dúvidas, compartilhar experiências e especialmente criar uma situação favorável para discutir sobre o uso de medicamentos. “Falamos sobre a luta antimanicomial e tudo que ela representa, o mal-uso de psicofármacos, ansiedade, depressão, doenças mentais, e novas opções de tratamento oferecido para esses casos”, exemplificou Gabriel Firmino, um dos ouvintes da ação.
Exemplo disso foi a ação realizada no Centro de Práticas Integrativas Equilíbrio do Ser (Cepics), equipamento do do SUS na capital pessoense. Nessa intervenção os profissionais do Centro foram beneficiados com a dinâmica do boneco do medo, que consistia em colar no boneco palavras que representassem algo que causa ansiedade, para posteriormente trabalhar cada sentimento.
Além de demonstrar que há outros tratamentos, a equipe possibilita também ferramentas para lidar com a ansiedade do dia a dia, através de terapias ocupacionais, práticas integrativas complementares que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece. “Falar sobre qualidade de vida, de sono, alimentação, prática de esportes. Usamos esses temas para poder falar dos medicamentos e às vezes esse é o assunto que mais falamos, mas sim formas de prevenir o uso”, contou Ana Carolina Oliveira, bolsista do projeto.
A equipe informou que os ansiolíticos e antidepressivos são os medicamentos mais utilizados e que os riscos desses medicamentos são agravados quando a população os utiliza sem prescrição médica.
Ao apresentar para a comunidade possibilidades de tratamento sem uso de medicamentos, o projeto traz uma proposta de tratamento que nem sempre é oferecida aos usuários, que acabam utilizando os medicamentos como única solução. É nessa perspectiva que que o projeto atua: informando, discutindo e apresentando possibilidades para sensibilizar a comunidade sobre o uso racional de medicamentos.
*Reportagem de Gleyce Marques - Bolsista PRAC (2018)