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NAEPSI: cuidando da mente
NAEPSI: Núcleo de Atendimento Escola Psicológica
Sorriso sincero, semblante de vitoriosa e uma determinação para enfrentar os obstáculos que encontra ao longo da vida. Essas são algumas características de Emília de Seixas, estudante do 3ª período de Jornalismo da UFPB. Diagnosticada com Transtorno da Bipolaridade, ela contou que viveu um dos momentos mais difíceis da sua vida, pois teve a adolescência marcada por conflitos psicológicos que a deixaram frustrada, desestimulada e depressiva.
Em busca de ajuda profissional que pudesse auxiliá-la na luta contra esses problemas, Emília conheceu o projeto NAEPSI (Núcleo de Atendimento Escola Psicológica), coordenado pela professora de Psicologia Sandra Souza e que conta com a ajuda de estudantes e profissionais da área. O objetivo é levar à comunidade um programa de acompanhamento clínico que ajude os pacientes a entenderem e tratarem os seus problemas, contribuindo para uma melhoria na qualidade de vida, que está diretamente ligada à saúde mental.
De acordo com Sandra, o acompanhamento é dividido em três sessões anuais, podendo ser em períodos consecutivas ou não. Os atendimentos acontecem na Clínica Escola de Psicologia, no Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) da UFPB, nas quartas-feiras, das 8h às 16h, e o corpo clínico é formado por profissionais competentes e bem treinados para atenderam às demandas do público. “São várias pessoas que nos procuram em busca de ajuda, muitas delas jovens. A nossa função é nos planejar para darmos todo o apoio necessário à comunidade. Fazemos isso com responsabilidade e ética, fundamentais para o correto exercício da nossa profissão”, afirmou.
Ainda de acordo com a coordenadora, o NAEPSI é voltado ao atendimento de emergência psicológica, quando o indivíduo está enfrentando uma situação muito difícil e necessita de alguém que possa ouvi-lo, acolhê-lo e acompanhá-lo.
Ilustração e composição: Gleyce Marques (2018) |
O projeto conta com a contribuição de estudantes do curso de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba, os quais são responsáveis pelo registro dos pacientes. Segundo a discente Samara Gomes, do 8º período, estar em contato com as pessoas e ajudá-las, quer seja por meio de um aconselhamento, quer através de um exercício de escuta, contribui para humanizar o próprio profissional. “Quando comecei a fazer parte do projeto, passei a entender mais o outro, a compreender a dor dele e refletir sobre o meu papel como profissional. Aprendi na prática tudo e mais um pouco do que vi na teoria”, relatou.
Emília de Seixas faz parte dos 4,2 milhões de brasileiros que sofrem de Transtorno da Bipolaridade. Embora tenha enfrentado e ainda enfrente obstáculos para conviver com a rotina, a estudante se vê hoje como uma pessoa que encara os conflitos sob uma nova perspectiva, a de que ela tem autonomia para transformar colorir o próprio mundo. “Hoje me vejo como autora da mina história. Claro que os problemas não somem da noite para o dia. Às vezes eles nem somem. O certo é que, mesmo que o dia esteja péssimo, tenho autonomia para fazer dele o mais feliz da minha vida. É aquela história de pegar os lápis e colorir o mundo. Parece infantil, mas é um ótimo remédio para dar sentido à existência e continuar vivendo, da melhor forma, cuidando da mente”, concluiu a estudante.
*Reportagem de Raian Lucas - Bolsista PRAC (2018)