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Mulheres e programação
Projeto incentiva o ingresso do público feminino na área tecnológica
Luyza Ellen, estudante do curso de Ciência da Computação da UFPB, considera-se uma pessoa que, aos poucos, está ocupando o lugar dela na sociedade. O motivo é simples: ela faz parte de uma turma composta, em sua maioria, por homens, mas não permite que essa realidade se torne um obstáculo no caminho para a sua formação acadêmica e pessoal. Apesar da forte presença masculina nos cursos das áreas tecnológicas, a discente considera a entrada cada vez maior das mulheres nesses ambientes uma conquista para a sociedade e um avanço na luta pela igualdade de gênero.
Pensando em possibilitar o ingresso de mais “Luyzas” nos campos das tecnologia e engenharia, a docente Giorgia Matos, do Departamento de Informática (CI), juntamente com alunos da área, criou o projeto “Oficinas de Programação Para Meninas do Ensino Médio: Estimulando o Interesse Pela Computação”, que é desenvolvido no Colégio da Polícia Militar, em João Pessoa.
O objetivo é proporcionar um novo olhar sobre as tecnologias e oferecer às estudantes conhecimentos básicos de informática e Ciências Exatas. Para isso, são realizadas atividades com aplicativos e plataformas virtuais, como a “Scratch”, que permite a criação de jogos online. Na opinião de Giorgia, essas ferramentas ampliam os saberes e as opções das áreas de interesse dessas jovens.
“Geralmente, a mulher, desde a infância, é direcionada a brincar de médica, enfermeira e professora; apenas profissões que cuidam das pessoas. Criar computadores, softwares e aparatos que exigem muito raciocínio, fica com os homens. Quando elas crescem, a maioria opta por fazer Medicina, Pedagogia, etc", relatou Giorgia. Ela ainda ressalta que há nessa realidade um fator cultural e que a ideia do projeto é mostrar às jovens que podem escolher o curso que se interessarem, inclusive os de Engenharia e Informática. Essa abertura garante um melhor desenvolvimento e a quebra de paradigmas até então mantidos pela sociedade.
De acordo com a equipe, o lúdico é a base das atividades desenvolvidas no colégio, pois o manuseio de plataformas virtuais ainda gera um medo inicial nas alunas, o que pode contribuir para o desinteresse de muitas delas em participar das práticas. Quando a temática é abordada de uma forma que o público se sente familiarizado, o resultado é positivo.
Segundo a estudante do Colégio da Polícia Militar Ana Michelly, o envolvimento com as ferramentas tecnológicas proporciona novos conhecimentos e contribui para mais mulheres participem ativamente do mundo tecnológico.disse a estudante.
Luyza despertou o interesse pelas tecnologias ainda no Ensino Médio, quando participava de oficinas e projetos voltados à produção de conteúdos de informática. A história de Ana Michelly não é muito diferente. O que as duas têm em comum é o desejo de aprender cada vez mais e a coragem de desafiar os padrões impostos pela sociedade para serem não só médicas, mas engenheiras, criadoras de softwares, professoras e, principalmente, mulheres em busca da profissão que as interessar. Dessa forma, elas mostram que o conhecimento é de todos e luta pela ascensão social do público feminino também.
*Reportagem de Raian Lucas - Bolsista PRAC (2018)