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Educação no Rio Gramame

EA como instrumento de sensibilização
publicado: 13/07/2018 18h48, última modificação: 22/08/2018 15h37

Educação nas margens do Rio Gramame

A água é um dos elementos essenciais para a manutenção da vida na Terra. Para os seres humanos, a água doce é fundamental para o suprimento das necessidades básicas, como beber, comer e higienizar-se. No entanto, devido ao aumento no descarte de resíduos, dejetos e poluição de rios e lençóis freáticos, esse elemento vem se tornando cada vez mais escasso.

Como uma forma de sensibilizar os indivíduos para que se tornem cidadãos conscientes dos problemas que afetam esse recurso natural, foi criado o projeto "Educação Ambiental na Bacia Hidrográfica do Rio Gramame: Vivências Pedagógicas na ONG-Escola Viva Olho do Tempo", coordenado pelo professor da Área Pedagógica de Ensino das Ciências, do Centro de Ensino (CE), Francisco Jose Pegado, e que conta com a participação de alunos de vários cursos da UFPB, entre eles, Ciências Biológicas.

Francisco explicou que a ideia surgiu ao perceber que poderia utilizar os conhecimentos adquiridos durante sua graduação em Ciências Biológicas para criar um projeto de extensão no qual os moradores das localidades próximas ao Rio Gramame tivessem a oportunidade de refletir sobre a proteção e os cuidados com o Rio. "A proposta de realizar atividades na Escola veio a partir de um convite feito por uma colega também professora. Quando conhecemos a instituição, vimos nessa parceria uma oportunidade de troca de conhecimentos e experiências, pois levaríamos o que aprendemos no meio acadêmico para os estudantes, de uma forma lúdica e criativa, e aprenderíamos um pouco sobre os aspectos socioambientais do local", disse Francisco.  

Nas primeiras visitas, os extensionistas conheceram a ONG e apresentaram o plano de atividades, que consiste na realização de palestras sensibilizadoras e em exposições sobre a fauna e flora presentes no ambiente.

A importância dessa Bacia Hidrográfica para o desenvolvimento da população foi o primeiro tema trabalhado na instituição. As fauna e flora aquáticas também foram abordadas, o que contribuiu para a expansão dos conhecimentos (tanto dos membros da ONG, quanto dos universitários) sobre o ecossistema dessa área. 

Para João Aquino, estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas, o contato com a extensão colaborou muito para o seu enriquecimento pedagógico, pois ao conhecer a cultura e os principais problemas ambientais que atingem o rio, pôde esquematizar como as atividades poderiam ser realizadas e quais os objetivos iniciais a serem alcançados."Como futuro educador, fazer parte de um grupo que busca sensibilizar os educandos para a necessidade de conservação desse lugar e discutir questões voltadas ao meio ambiente é uma experiência única, que vai me proporcionar tanto um maior desenvolvimento pedagógico e acadêmico, quanto pessoal", afirmou João, que é bolsista do projeto. 

Na opinião de Ravi Caju, doutorando em educação e voluntário da ação, o projeto é um mediador entre os conhecimentos acadêmicos e as experiências de mundo dos membros da Escola Viva Olho do Tempo. "É uma chance de aprendermos Educação Ambiental praticando os seus princípios. E o ponto de partida é a conscientização. Todos nós precisamos estar conscientes da importância do Gramame para a população que vive dele e para a preservação da vida também", disse Ravi.

Segundo a equipe, o principal desafio foi o primeiro contato com as turmas da instituição, pois era necessário adaptar o projeto às condições reais da ONG. As adequações para trabalhar o tema"Meio Ambiente" logo foram implementas, dentre elas, abordar a temática com teatro, como era desejo do coordenador.

Para Maria da Penha, coordenadora pedagógica da ONG, os estudantes têm a oportunidade de aprender Educação Ambiental de uma forma dinâmica e inovadora. “Aprendem desde cedo a importância do rio para o próprio desenvolvimento socioeconômico deles e de suas famílias. Assim assumem uma postura ética e sustentável com relação às ações que devem ser feitas para a sua preservação”, relatou Maria da Penha.  

As atividades já contribuíram significativamente para a vida dos extensionistas e da comunidade. Muitas atividades são realizadas porque, para o grupo, é necessário lutar para garantir que o Rio não entre na lista dos rios que foram destruídos pela ação humana. Contudo, a equipe acredita que os principais sujeitos capazes de estimular a mudança são os estudantes, que podem ser os protagonistas da história da comunidade que vive às margens do Gramame.

 

*Reportagem de Raian Lucas - Bolsista PRAC (2018)