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As soluções para resíduo de óleo de cozinha

O reuso como estratégia para diminuição do impacto ambiental causado pelo óleo de cozinha
publicado: 02/06/2021 11h47, última modificação: 08/06/2021 15h02
Exibir carrossel de imagens Produtos feitos a partir de resíduo de óleo de cozinha pelo projeto Cicla-óleo_Imagem:SIGAA UFPB

Produtos feitos a partir de resíduo de óleo de cozinha pelo projeto Cicla-óleo_Imagem:SIGAA UFPB

Projetos de extensão focam no reuso como estratégia na diminuição do impacto ambiental causado pelo óleo de cozinha

A escassez de instruções sobre como descartar o resíduo do óleo de cozinha utilizado nas frituras é um problema. “Coloco em um buraco no quintal de casa”, afirma a dona de casa Adriana Costa, moradora do bairro do Cristo.  Já Anunciada dos Santos, moradora do bairro  Ilha do Bispo, contou que despeja o óleo na pia da cozinha.

Esses exemplos de descarte representam soluções comuns nas casas brasileiras.  Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), no Brasil se consome cerca de três bilhões de litros de óleo ao ano e de cada quatro litros consumidos, um é descartado de forma incorreta, representando 700 milhões de litros ao ano despejados de forma irregular.

O descarte incorreto do óleo utilizado nas frituras dos alimentos provoca a poluição da água potável e entupimento dos sistemas de esgoto, entre outros problemas ambientais. Por isso, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), há projetos que estão atuando para mudar essa realidade. São ações de extensão que focam no reuso do óleo de cozinha como insumo para produção de sabão ecológico, velas aromáticas, tintas ecológicas, entre outros produtos.

Um desses projetos é o Cicla-óleo, coordenado pelo professor Jailton Ferrari, do Departamento de Química (DQ/CCEN). Inspirada pela ideia de alertar sobre os impactos do descarte inadequado do óleo residual de fritura,  a extensão vem, desde 2017, realizando palestras em escolas públicas e duas comunidades da Paraíba.

Em Cabedelo - PB, no bairro do Renascer II, a extensão realizou atividades na escola Plácido de Almeida, nas quais os moradores participaram contribuindo com a coleta e com o gerenciamento dos resíduos. O outro local é a comunidade do Aratu, em Mangabeira VIII, que com o projeto ‘Todos pelo Aratu’, contribui com a conexão entre a de extensão e a comunidade, incentivando a coleta do óleo e realizando oficinas educativas.Realização de Minicursos do projeto Cicla-óleo (2020)_Imagem: SIGAA UFPB

Devido à pandemia de Covid-19, a ação  tem direcionado a atuação para as redes sociais.O coordenador do projeto menciona a importância de continuar contribuindo de forma remota enquanto aguarda a possibilidade de retorno às atividades presenciais de uma forma segura.

“A ideia é continuar divulgando o projeto em redes sociais, o que permite também alcançar um público já conscientizado, mas também engajar mais pessoas na nossa causa sobre o reuso do óleo residual, aguardando as condições sanitárias adequadas para voltar às comunidades atendidas”, disse o coordenador.

Produção artesanal

Atuante também desde 2017, o projeto Sabão para Todos, coordenado pela professora Elisangela Afonso - Departamento de Biotecnologia (DB/CTBIOTEC) - tem como perspectiva além de conscientizar, incentivar a produção artesanal de sabão, fazendo assim com que famílias possam diminuir o gasto na compra do produto e que  possam empreender realizando a venda de sabões. Nos dois últimos anos o projeto tem realizado ações nas comunidades  São Rafael e Timbó, em João Pessoa.

Em três anos, o projeto chegou a produzir 30 kg de sabão, evitando que  25 litros de resíduo de óleo vegetal fossem descartados inadequadamente. Por conta da pandemia, em 2020 a coordenadora Elisangela produziu o sabão em sua própria casa e registrou o processo em vídeos no canal do projeto no Youtube.Sabão produzido em casa  pela professora Elisângela Afonso_ Imagem: Foto cedida pela equipe.

Para o ano de 2021, a coordenadora relata que o projeto tem se reinventado e trará capacitação aos alunos extensionistas. A ação realizará oficinas para  os alunos com a ideia de produzir histórias em quadrinhos sobre a temática de reuso. As aulas serão ministradas pela professora Ana Carolina Kruta, do Departamento de Administração (DA/CCSA). A confecção e divulgação do material  será feita pelos extensionistas.

Como descartar corretamente o resíduo de óleo

Para contribuir com o meio ambiente, a população pode reutilizar o óleo residual na fabricação de sabão seguindo a orientação do projeto ‘Sabão para Todos’. Outra alternativa é rotineiramente armazenar o óleo em casa e, após encher algumas garrafas, entregar nos pontos de coleta.

Um desses pontos, em João Pessoa, pode ser a Fundação Paraibana Margarida Maria Alves, que produz sabão ecológico e para colocar em kits de higiene distribuídos em comunidades. Para colaborar basta armazenar o óleo e deixar na sede da Fundação,  localizada na Rua Irineu Joffily,185, Centro, João Pessoa - PB. Através do telefone  (83) 88283804 você pode falar com José Marcos, responsável pelas arrecadações. A fundação funciona nas segundas, quartas e sextas, entre 14:00 e 17:00 horas.

Como descartar corretamente o óleo utilizado 

Para o descarte correto do óleo, o ideal é o armazenamento. No site https://www.oleosustentavel.org.br/o-programa do programa ‘Óleo sustentável’, iniciativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e do Sindicato da Indústria de Óleos Vegetais (SINDOLEO), é possível acompanhar dicas e vídeos com instruções que incentivam a coleta do óleo de cozinha. É muito fácil e rápido, acompanhe aqui o passo a passo: 

1 - Após fritar o alimento, espere o óleo esfriar

2- Quando estiver completamente frio, pegue um funil e com o auxílio dele despeje o óleo dentro de um recipiente que tenha tampa. 

3 - Com o óleo já guardado, certifique-se de que  esteja bem fechado e deixe reservado em algum lugar da casa.

4 - Pegue os recipientes que armazenou em casa e leve até um ponto de coleta.

Fonte: https://aesbe.org.br/o-prejuizo-do-oleo-de-cozinha-no-meio-ambiente/

 

Reportagem de Crislaine  Honório (Voluntária PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.