Entrevista com a assessora de extensão do CCHLA

O Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFPB é  um dos Centros com maior quantidade de atividades extensionistas -  atualmente tem 83 ações em execução. Para dar fluidez de comunicação entre as equipes e a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) uma figura é essencial: a assessora de extensão do Centro. No CCHLA, desde 2018, essa função é exercida por Pollyana Souza Oliveira.

A servidora foi transferida da Assessoria de Administração do CCHLA para a Assessoria de Extensão para trabalhar ao lado de Nívia Pereira e Maria Aparecida Guimarães. Mas não precisou nem trocar de sala, as duas assessorias dividem o mesmo espaço. E foi assim que ela se apaixonou pelo conceito de extensão antes mesmo de trabalhar com essa dimensão acadêmica.

“A partir de então, minha paixão pelas ações extensionistas só aumentou, e não há nada mais prazeroso do que trabalhar com ações que conseguem, a um só tempo, realizar o empoderamento comunitário e ampliar a formação discente”, disse a assessora.

Hoje Pollyanna é a assessora de extensão titular no CCHLA e sua atuação repercute nas atividades extensionistas de uma grande comunidade. A equipe de comunicação da PROEX conversou com a assessora sobre a importância da extensão, o que representa para ela e como está sendo desenvolvido o trabalho durante a pandemia. Confira a entrevista completa:

PROEX: Como é assessorar um dos Centros com maior número de ações de extensão universitária?

É muito motivador trabalhar com um Centro que atende a um grande número de comunidades e que muda a vida de centenas de pessoas, incluindo os discentes bolsistas e voluntários do Centro. Para ter uma ideia da relevância das ações do CCHLA, somente neste ano, e apesar de todas as contingências impostas pela pandemia da COVID-19, temos 83 ações de extensão em execução – e ainda estamos em plena seleção de projetos do edital UFPB NO SEU MUNICÍPIO 2021!

PROEX: Qual a importância da academia permanecer conectada através da extensão com a comunidade?

A importância é indiscutível: o próprio conceito de Universidade, insculpido no art. 207 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, estabelece a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão como condição para a caracterização da Universidade em nosso Estado. 

O poder transformador da Extensão, diga-se ainda, se manifesta pelo empoderamento das comunidades estabelecidas como público-alvo das ações. Imagine só o caso do projeto Vamos conversar sobre artigos científicos? Um convite aos colegas professores da educação básica, submetido ao edital PROBEX 2021, que se dirige à formação continuada de professores, trazendo-os de volta à pesquisa científica, mesmo depois de anos distantes da Universidade? Ou os projetos de saúde mental do CCHLA, que levam a pessoas desprovidas de uma assistência em saúde jamais possibilitada fora do âmbito da extensão? É magnífico. Além disso, os discentes envolvidos muitas vezes descobrem seus caminhos e talentos profissionais somente quando ingressam na extensão. Não tenho palavras! É transformadora! Salve a Extensão Universitária!

PROEX. Quais os desafios que a Pandemia de Covid-19 trouxe para os projetos de extensão do CCHLA?

Os desafios são muitos: algumas comunidades que participam como público-alvo do processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político da extensão do CCHLA são muito carentes e excluídas digitalmente. Mas houve a reinvenção: para se adaptar aos tempos remotos, algumas ações passaram a se dirigir ao treinamento de representantes das comunidades, para que pudessem, por sua vez, transmitir as iniciativas das ações mais de perto. Infelizmente, isso pode ser desafiador demais, mas o CCHLA soube se reinventar e se fortalecer diante das contingências das ações remotas. Continuamos firmes e faremos tudo o que for necessário para que ninguém fique para trás!

PROEX. Como você encara a nova realidade do online na extensão?

Embora tenhamos tido, ao lado dos desafios, uma ampliação em termos de conexão com pessoas de lugares muito distantes – ano passado, por exemplo, o projeto 'A Extensão Ocupa a Praça' realizou várias lives quinzenais com professoras e professores de universidades de todo o Brasil -, e os cursos ofertados pelos vários projetos alcancem um sem-número de participantes externos, não é de se comemorar.

A extensão precisa ir à comunidade; precisa levar a Universidade para além dos muros, em uma interação transformadora que implique em sentar-se lado a lado com os mais desvalidos da comunidade externa e ouvir suas queixas e necessidades, para melhor atendê-los. Não podemos nos conformar com esse formato remoto.

PROEX. Em quais sentidos a extensão pode impactar na formação universitária?

Em todos! Ouço muitos(as) discentes que se percebiam perdidos, sem rumo, antes de participar de projetos extensionistas, e que tiveram seu destino muito bem delineado depois de participarem das ações. O projeto UFPB no combate à Covid-19: plantão psicológico e saúde mental, que atua há anos no CCHLA – claro, sob outros nomes, mas com a mesma coordenação –, no PROBEX, tem formado alunos e alunas que não têm dúvidas de que seguirão na Abordagem Centrada na Pessoa depois de formados. Conheço vários que já se graduaram e atuam na área como profissionais realizados pela escolha feita. Participar da extensão é divisor de águas na escolha do ramo a ser seguido dentro da carreira profissional.

PROEX. Para você, o que a extensão universitária representa?

É minha motivação diária, a alegria de fazer a diferença na formação humana e profissional dos discentes e no empoderamento dos mais diversos setores da sociedade. Não me vejo longe da extensão; quero trabalhar incansavelmente para que ela se fortaleça cada dia mais!

Projetos citados na entrevista

 Reportagem de Grace Vasconcelos (bolsista PROEX 2021), editada por Comunicação PROEX.