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Redução de custos
Ação promove curso de capacitação e consultoria para otimização no processo de fabricação
O lean manufacturing, ou manufatura enxuta, é um termo surgido em 1990 para denominar um método que visa eliminar o desperdício, aumentar a capacidade de produção e melhorar o ambiente de trabalho. É hoje um dos métodos de baixo custo mais utilizados para desenvolvimento de empreendimentos.
Na UFPB, uma ação composta por professores e estudantes do curso de Engenharia da Produção, Engenharia Química e Engenharia de Produção Mecânica começou a aplicar o Lean em empresas do ramo alimentício. O intuito principal é promover melhorias nos serviços de alimentação em João Pessoa e na Região Metropolitana. Além disso, a inciativa busca comprovar que a produção enxuta pode ser aplicada em qualquer tipo de organização e não apenas em grandes indústrias.
O projeto se chama Implantações de metodologias Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta) em serviços de alimentações da cidade de João Pessoa –PB e Região Metropolitana, do edital PROBEX começou a ser executado em março. O primeiro estabelecimento escolhido para a consultoria foi uma lanchonete no bairro de Mangabeira – João Pessoa/PB, que uma das integrantes da equipe conhecia os proprietários e facilitou o contato. Foram feitos diagnósticos para descobrir em quais áreas era mais importante atuar, mapeamento do fluxo de valor e capacitação para toda a equipe da lanchonete.
A ação comporta ainda o curso de Práticas do Lean Manufacturing - Produção Enxuta. Realizado por meio do edital FLUEX, o curso é oferecido para os alunos interessados que já tenham pago a cadeira de gestão da qualidade durante a graduação. O curso de 30 horas foi dividido em aulas teóricas e práticas, com explicação do método, ferramentas, seguidas por visitas e elaboração de diagnósticos dos problemas das empresas, oferecendo uma espécie de consultoria para as indústrias do ramo alimentício.
Nesse curso os estudantes já vinculados ao projeto têm um papel importante. São eles, com a supervisão e orientação da coordenadora da ação Lígia Bessa, que difundem os conhecimentos teóricos, acompanham as visitas nas empresas, as equipes nas reuniões para discussões e soluções de problemas e implantações de práticas do Lean Manufacturing.
A coordenadora do projeto ressaltou que os alunos, para oferecerem o curso, se movimentam em busca de conhecimento, o que possibilita uma nova experiência, agora como instrutor, com uma responsabilidade maior de passar o que foi aprendido nos treinamentos que antecederam a abertura do curso. Para quem faz o curso, há a chance de estar em contato com a empresa e implantar o que eles adquiriram nas teorias da graduação e das oficinas.
O estudante Artur Leão, do 9º período de Engenharia de Produção, é um desses monitores. O que despertou o interesse do aluno em trabalhar com essa temática foi o resultado que o método propõe, de alcançar a maior produtividade, diminuindo custos ao eliminar desperdícios. “Eu sempre gostei muito da área de processos. Nós vemos algumas coisas sobre o sistema em algumas disciplinas do curso, mas sem aprofundar tanto. No projeto aprendi muito mais sobre a filosofia e sobre as ferramentas para aplicar o Lean”, explicou o monitor. O estudante completou: “Toda empresa busca alcançar o máximo da sua capacidade. Nossa expectativa é identificar problemas e que, com a eliminação desse desperdício, desse custo, elas consigam atingir maiores patamares”.
As empresas que participam da ação foram selecionadas por meio de um levantamento feito em parceria com a vigilância sanitária, que contava apenas com o CNPJ das indústrias de ramo alimentício, o que dificultou o contato direto. Além disso, foram escolhidas empresas por facilidade de comunicação, como as que os próprios alunos tinham contato direto ou as que procuraram o projeto diretamente. A ação, no entanto, não se atém apenas aos serviços de alimentação.
Jully Anne é aluna do oitavo 8º período de Engenharia da Produção Mecânica e é uma das beneficiadas com o curso oferecido pela extensão. "O diferencial do curso é ter esse contato direto com as empresas. Aqui na Universidade a gente fica habituado com a teoria e não tem essa relação com o mercado. Esse curso trouxe a oportunidade de nos aproximar do mercado e trazer uma grande bagagem de experiência. Quando estivermos já na área profissional, e passarmos por determinadas situações parecidas, iremos lembrar dos conceitos aprendidos nas aulas e também das práticas adquiridas no curso”, contou.
Conforme explicou a aluna, as empresas procuram profissionais que tenham conhecimento e especialidades na produção enxuta e na ação há a prática direta com o mercado. “Acompanhamos empresas, fazemos relatórios e propomos soluções para os problemas daquela empresa. Geralmente essas oficinas são oferecidas por empresas privadas e são pagas, então é um presente de valor imensurável”, declarou Jully.
As inscrições para esta primeira edição do curso já foram encerradas, porém, quem se interessou pode acompanhar as atividades do projeto por meio do Instagram para saber informações sobre as próximas ações da extensão. Além disso, empresas podem contatar diretamente pela rede social para obter mais informações sobre a parceria com o projeto.
* Reportagem de Larissa Maia - Bolsista da PRAC (2018)